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Destaques do AMA com Sasha Ivanov, fundador da Waves

No dia 22 de dezembro, ocorreu o AMA (#AskMeAnything) com o fundador da Waves, Sasha Ivanov. Os principais assuntos foram as realizações de 2020 e os planos futuros. Este artigo traz alguns insights do Sasha durante a transmissão ao vivo.

Em uma das perguntas, o Sasha respondeu se aplicativos descentralizados (DApps) poderiam funcionar fora do blockchain.

“Blockchain não é a única solução técnica para desenvolver registros descentralizados”, disse ele. “Podemos dar um passo para trás e pensar em [outras] abordagens que não foram usadas ou outras mecânicas de consenso.”

“Basicamente, duas mecânicas de consenso são usadas [nos dias atuais]: algo como Proof of Work ou Proof of Stake e algo próximo a um sistema de votação. Proof of Work foi inventado há 10 anos e não existiu antes disso muito debate sobre consenso. Portanto, podemos propor abordagens totalmente diferentes para a criação de sistemas autônomos descentralizados.”

Sasha também compartilhou sua opinião sobre tokens não fungíveis (NFTs). Segundo ele, muitos projetos usam NFTs apenas para recompensar seus usuários, entretanto os tokens não possuem valor real.

“Mas existem cenários em que eles têm valor”, observou. “Não acredito que os NFTs sejam conectados a ativos reais, como obras de arte, porque não temos uma base legal para isso [atualmente]. Mas eu acredito no uso de NFTs para seguros, quando alguém possui um contrato de seguro que é claramente não fungível, pois é um token conectado a um caso específico.”

“NFTs poderiam fornecer seguros contra acidentes específicos, aquilo que poderia acontecer a apenas um indivíduo”. Eu adoraria ver um projeto de seguros na Waves. Seguros podem ser a próxima grande novidade no mundo das criptomoedas.”

Como era de se esperar, Sasha também foi questionado sobre o impacto da pandemia de COVID-19 na Waves.

“Sofremos com a COVID, assim como todo mundo, mas também vimos que as pessoas podem trabalhar de diferentes maneiras”, disse ele. “Devemos ser gratos à COVID porque entendemos que as pessoas podem colaborar não apenas no escritório, mas também de suas casas e isso é bastante eficaz.”

“Não acho que nossa produtividade diminuiu em 2020”, acrescentou. “Talvez foi até maior. Este é um bom momento para pensarmos sobre como vivemos e cooperamos. Entendemos que podemos colaborar em diferentes configurações e que não precisamos estar no mesmo escritório para trabalhar com eficiência.”

Sobre a Waves.Exchange, Sasha comentou que grandes mudanças ocorrerão em 2021.

“Tentaremos criar uma configuração em que a descentralização não tenha um impacto negativo na usabilidade”, explicou ele. “Teremos uma autorização [sistema] que utiliza apenas seu e-mail e senha, mas ainda assim será descentralizada. Esta será a primeira exchange [descentralizada] a competir com as exchanges tradicionais em termos de usabilidade.”

“Tentaremos criar um ambiente descentralizado que seja tão proveitoso quanto um centralizado”, disse Sasha. “Será difícil, mas esse é o próximo passo para as exchanges. Mais cedo ou mais tarde, todas as exchanges de criptomoedas serão descentralizadas. ”

Sasha também comentou sobre o lançamento de uma nova versão da linguagem de programação Ride no início do próximo ano.

“Isso nos permitirá ter recursos que o Ethereum possui”, disse ele. “Por exemplo, um contrato inteligente será capaz de chamar outro contrato inteligente. Mas também teremos recursos que ninguém tem. Um contrato poderá ser executado em vários blocos, o que significa que seremos capazes de executar contratos e programas de qualquer complexidade.”

“Isso tornará a competição pelo espaço do bloco menos acirrada, o que ocorre atualmente no Ethereum, no qual é necessário pagar muitas taxas para garantir que as transações sejam incluídas no bloco. Em nossa configuração, você não precisará pagar e poderá esperar para que a sua transação seja executada mais tarde. Não há limite de gas dentro do bloco.”

Falando sobre os planos de lançar a Waves 2.0 no próximo ano, Sasha enfatizou que o protocolo Gravity, de comunicação entre blockchains, terá provavelmente um papel importante nisso.

“Precisamos ter uma interação perfeita entre as redes, o que nos permitirá dimensionar o que temos, pois seremos capazes de executar um aplicativo específico em uma “sub-rede” específica, disse ele. “Se cada aplicativo tem uma rede específica para rodar, não teremos que nos preocupar muito com a escalabilidade de uma determinada rede, porque uma rede deve ser suficiente para um aplicativo.”

“Precisamos de um mecanismo de interação entre redes e o Gravity é uma tentativa de criar um mecanismo universal de interação entre qualquer tipo de blockchain”, acrescentou. “Podemos restringi-lo para a Waves 2.0 e ter integração confiável de diferentes redes dentro do ecossistema Waves 2.0.”

Respondendo a uma pergunta sobre como seria o blockchain da Waves em 20 anos, Sasha disse: “Suspeito que teremos uma tecnologia diferente em 20 anos. O blockchain foi apenas o começo. As pessoas entenderam que podemos criar sistemas distribuídos que funcionem de acordo com um protocolo, sem interação humana.”

“Mas este é apenas o início, e não tenho certeza se teremos blockchains em 20 anos”, concluiu. “Posso ver a adoção de outras abordagens em breve. Os blockchains evoluirão para algo maior, para algo ainda mais interessante.”


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